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domingo, 22 de abril de 2012

Recodar Para Continuar

Este titulo foge às palavras vida e morte. À medida que vamos vivendo, são muitos aqueles que vimos desaparecer das nossas vidas. O Comum dos católicos, fazem rezas e acreditam num Mundo melhor.. Não vou tecer aqui aquilo que acredito, ou não acredito. Mas vou escrever sobre o que sinto nesses momentos. Nesta última semana, vi desaparecer dois amigos. Emílio Porto, maestro de sempre do Coral das Lajes do Pico.
Na imagem eu e o maestro Emílio Porto, tocando num dos muitos intercâmbios realizados entre os Açores e o Alentejo Litoral.
Emílio Porto um embaixador cultural do alentejo.
Foi professor, maestro, e foi condecorado com o titulo de comendador pela sua obra e causa pública.

E uma figura única do Coral Harmonia, o José Augusto, cantor fundador do grupo.
De tudo isto, fica a sensação que havia muito ainda para viver, partilhar, e sobretudo na altura do seu desaparecimento sentimos amargura e pensamos na grandeza dos nossos amigos.
Resta a memória, e sobretudo daqui por diante em momentos muito especiais, recordar-mos estas pessoas que fizeram parte da nossa vida e que nos ajudaram a crescer e a amadurecer.
Esta imagem, caracteriza o José Augusto num dos muitos momentos de felicidade com o seu Coral Hamonia. Concerto de Natal 2009.

O José Augusto, foi um homem simples, humilde até à sua morte. Desconhecem-se pessoas que não gostassem dele. Porque nunca criou um conflito, sempre disponível com todos e talvez tivesse sido mesmo um “Alentejano Contemporâneo”, que viveu nas calmas mas que cantou desde a sua forma mais tradicional até ás maiores aventuras do Cante Alentejano com batuques, passando pela música étnica e gospel ou os temas mais agitados da PoP World Music.

No fim de tudo isto, se é que podemos chamar à morte uma morte poética, o Zé recebeu no quarto do hospital todos os cidadãos da sua terra. Todos, desde o mais simples ao mais “ilustre”. Em vez de se lamentar pela doença, quase que se desculpava aos seus amigos por o encontrarem assim.

Em todas as suas conversas, um tema CORAL HARMONIA. E talvez em todas as suas orações, CORAL HARMONIA. E por fim, o Coral visita o Zé, encanta-o e encanta-se cantando, sorrindo e chorando.

Dias depois, despede-se do coral olhando para as fotografias dos seus amigos, dormindo para partir para sempre.

Este foi o Zé que conheceu centenas de cantores de outros coros, criou amizades, e a simpatia de muitos. Um grande e forte abraço para a sua família e para todos nós Coral Harmonia. Vamos continuar, mais fortes, honrando a memoria deste nosso amigo.
Aqui o Zé canta em França o Alentejo.

E agora é tempo de CONTINUAR